domingo, 29 de maio de 2011

Dê mais tempo ao que traz prazer, alegria e satisfação

Lezio Junior
Dê mais tempo ao que traz prazer, alegria e satisfação
 


Francine Moreno
‘Eu acordo às 6 horas da manhã, faço café da manhã para meu marido e filhos, dou banho na Letícia, passo a camisa do Luís, arrumo a lancheira do Paulinho, levo as crianças para a escola e vou para o trabalho. Acha que acabou? Hora do almoço, pego as crianças na escola, faço almoço, levo os pimpolhos à aula de balé e ao futebol, vou ao supermercado, pego as crianças, volto para casa. Aí começa tudo de novo, ajudo o Paulinho na tarefa do dia, guardo a bagunça da Letícia e vou fazer o jantar, dou a sopinha para a pequena, insisto para que o Paulinho coma legumes, tiro a mesa do jantar, tomo banho. Agora vou descansar. Nada disso. Preciso organizar o churrasco do final de semana na casa da mamãe. Cuidar do machucado do Paulinho que acabou de cair no play do prédio, fazer a Letícia dormir e dar atenção para o Luís, que está reclamando que não encontrou o par de meias azul na sua gaveta. De repente todos dormem, o silêncio reina e agora eu posso sentar ou tentar dormir um pouco. Acho que não. A Letícia está com 38ºC de febre. Tadinha. Enquanto meu marido está dormindo satisfeito e feliz em nossa cama’.

As rotinas diárias de muitas mulheres resultam em estresse, frustração e pouca disposição para manter uma boa relação sexual com seu parceiro. Em seu novo livro, ‘Você, Dona do Seu Tempo’, o especialista reúne o material de sua pesquisa on-line feita com mais de 4 mil mulheres com idade média de 34 anos, das quais 43% são casadas, 37% solteiras, 10% separadas, 9% estão namorando e 1% é viúva. O resultado disso foi surpreendente: 78% das participantes não estão satisfeitas com sua vida sexual. As casadas queixavam-se de que, por mais que reservassem seu tempo para os maridos, não eram valorizadas, por isso preferiam, muitas vezes, dedicar-se mais a si mesmas, aos filhos ou ao trabalho. “As solteiras, por sua vez, reclamavam do fato de não terem tempo para procurar o parceiro ideal”, afirma.

De acordo com o e psicoterapeuta Renato Dias Martino, professor de psicologia na Universidade dos Grandes Lagos (UNILAGO), os maridos e namorados podem auxiliar nas mudanças de hábito ou gerenciamento do tempo. Em uma dupla sempre se têm 50% de responsabilidade para cada lado. Se existe alguém fazendo por dois é por que tem um que não faz nada. Jaques Lacan (1901-1980), seguidor francês de Sigmund Freud (1856-1939), aborda uma questão muito importante quando propõe que não é só o neurótico que se beneficia de seus sintomas, mas também aquele que se relaciona com ele.
“É muito importante que cada um possa assumir seu papel para que não se instale um modelo onde exista um acúmulo de funções. O relacionamento com o outro é uma extensão do relacionamento consigo mesmo”, afirma professor Renato Dias Martino.



Mais espaço para o amor
Relacionamentos dependem de disposição para estar junto, trocar experiências, comunicar emoções, fazer planos, receber e dar afeto. “O tempo cronológico não é o mais importante”, afirma a psicóloga, analista de comportamento e professora da PUC Campinas, Diana Tosello Laloni. O tempo que as pessoas dedicam aos seus afazeres está relacionado aos resultados que elas produzem. O desejo sexual pode estar associado a padrões comportamentais determinados pela cultura e podem estar sofrendo alterações. A mudança do comportamento da mulher para sua adaptação à cultura atual provoca mudanças no comportamento sexual feminino, mas a mudança no comportamento sexual não significa necessariamente uma diminuição da libido. “Fingir orgasmo para satisfazer o ego masculino não está associado a preocupações sociais, mas em geral à necessidade de agradar ao homem ou evitar ser cobrada por ele”.

É mais fácil fingir um orgasmo do que enfrentar uma conversa sobre o prazer de fazer sexo, ou sobre o melhor momento para fazer sexo, ou sobre as dificuldades de fazer sexo com aquele parceiro. Pelo ponto de vista psicológico, o psicoterapeuta Prof. Renato Dias Martino afirma que muitas vezes o excesso de trabalho é encontrado na vida daquele que tem muita dificuldade com sua sexualidade. “A realização só pode vir daquilo que é real, logo, para nos tornarmos reais e dignos de realizações, temos de conhecer-nos a nós mesmos. Só assim somos reais, ou seja, conhecendo nossa própria realidade”, afirma.
Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com

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